domingo, 4 de novembro de 2012

XAMANISMO E ANIMAIS DE PODER


Texto de Paulo Urban, médico psiquiatra e Psicoterapeuta do Encantamento

Em etnias humanas as mais variadas, espalhadas pelos cinco continentes, desde as mais arcaicas até as civilizações contemporâneas, que valorizam o ritualismo mágico e a participação mística do ser humano integrado à natureza, faz-se imprescindível a figura do xamã. Este, universalmente, é reconhecido em seu meio como elo entre nosso mundo terreno e as hostes espirituais, entre o sagrado e o profano, entre os vivos e seus ancestrais.

A despeito do termo ter-se popularizado (sendo aplicado a todo e qualquer curandeiro especialmente detentor do saber médico-religioso de seu povo), o nome xamã, originariamente, é asiático. Diz respeito aos samans, feiticeiros Tungues, um dos povos da família altaica que habitava a região centro-setentrional siberiana na era Paleolítica, cerca de 20.000a.C. O termo é aparentado do sânscrito sramana e do pâlisamana, que designam o “homem inspirado por espíritos”, podendo igualmente significar “esconjurador ou exorcista”.

O xamã é, antes de tudo, o porta-voz oracular de seu povo. É ele o iniciado nos mistérios da natureza, nos segredos dos ciclos de vida e morte, nos fenômenos mórbidos ou climáticos que podem ameaçar sua comunidade. Professando um papel de agente equalizador de forças, mediante sua cumplicidade com a natureza, o xamã detém a sabedoria de interpretar os seus desígnios e escutar os seus apelos a fim de contrapor às vicissitudes e às intempéries da vida seus ritos e passes capazes de reinstaurar a ordem cósmica, garantindo assim a permanência de sua gente ao longo das gerações.

O xamã opera sempre atento aos sinais que possam ser lidos à sua volta; ele ouve as pulsações da terra, compreende o caráter dos ventos e tempestades, entende o que lhe dizem os animais, extrai conhecimento de plantas sagradas, vale-se das propriedades medicinais dos reinos mineral, vegetal e animal que o cerca, e prevê em razão de eventos observados a tendência das ocorrências vindouras.

O universo xamânico, podemos afirmar, é sincronístico; isto é, longe da relação de causa e efeito a que o mundo civilizado ocidental, filho da ciência moderna, acostumou-se a viver nos últimos três séculos de história, o modo de viver xamânico privilegia as sincronicidades. Tal termo, no sentido que lhe deu Jung (1875-1961), diz respeito ao fenômeno de coincidirem no tempo dois ou mais eventos objetivos, claramente perceptíveis na realidade exterior, sem relação causal entre os mesmos, mas que, simultaneamente, são consonantes com algum estado psíquico fortemente emocional, o que permite àquele que presencia tal experiência, abstrair dela algum significado súbito e evidente, capaz até mesmo de subverter suas próximas condutas, ainda que tal entendimento se faça por vias não racionais.

Assim sendo, o xamã é aquele que atualiza em seu contexto cultural uma tendência inata da espécie humana, que consiste em criar símbolos e transformar inconscientemente o significado de objetos, seres vivos ou eventos naturais, de modo a conferir-lhes uma importância psicológica mais profunda (ou mesmo sagrada), para daí fazer uma leitura sincronística dos fenômenos todos que os agreguem.

Tal prática, a paleoantropologia o prova, remonta aos tempos pré-históricos. Inúmeras cavernas do paleolítico apresentam figuras rupestres de animais em câmaras interiores às quais o caminho é bastante dificultado, devendo o visitante arrastar-se por passagens baixas e estreitas, escuras e úmidas, até ficar impressionado diante das pinturas. Evidentemente, locais quase inacessíveis assim, serviam ao propósito de cerimônias ritualísticas reservadas.

As mais interessantes figuras estão na caverna-templo de Trois Frères, sul da França. Nela pode-se ver um homem barbado, com corpo de cavalo, patas de urso e chifres de veado, dançando. Nela também encontramos a figura de outro homem vestindo pele de animais e tocando flauta. Na caverna vizinha, Tuc d’Audoubert, foram descobertas pegadas de um dançarino em torno de um baixo-relevo que mostra dois bisões, e as marcas são de passos dados sobre os calcanhares, de modo a imitar os cascos dos animais. Tudo isso nos revela o quanto a interação dinâmica entre homens e animais sempre marcou profundamente o psiquismo mágico, próprio dos povos que se faziam representar por seus xamanes.

A propósito, o animal, tomado em sua qualidade de arquétipo, representa nosso conjunto de potencialidades e instintos que podem desdobrar-se em dons especiais se devidamente assimilados. Os animais simbolizam, via de regra, forças cósmicas terrenas, trevosas, ou espirituais, e acham-se presentes por todas as mitologias, quer associados à imagem dos deuses, quer ocupando o lugar das próprias divindades.

O poder do xamã, nesse aspecto, decorre do entendimento que se estabelece entre ele e as hostes espirituais que o rodeiam, visto que não se discute que o xamã possa perceber a realidade sutil disfarçada por detrás dos eventos corriqueiros da vida, como por exemplo, o vôo rasante de um pássaro, a passagem de um morcego em hora de sagração ritualística, o rugir de uma fera, a queda de uma árvore etc… A percepção intuitiva xamânica não se limita, obviamente, à esfera animal; toda a natureza pode servir-lhe de texto sagrado, e o xamã interage com o espírito da lagoa, com a força da montanha, com as entidades do fogo e assim por diante. Cite-se aqui o iaque Don Juan, famoso brujo dos livros de Carlos Castañeda: “O xamã é aquele que realiza, graças aos espíritos-guardiões, aquilo que nenhum homem comum conceberia ser possível”.

Em 1996, conheci na Bolívia, num Congresso de Psiquiatria, o xamã Carlos Prado, que esteve em setembro passado visitando o Brasil a convite da revista Planeta. Carlos proferira uma palestra para o meio acadêmico que versava sobre os efeitos terapêuticos da ayuasca no tratamento das drogadependências. A ayuasca é uma das plantas de poder com que Carlos Prado trabalha. Fiquei impressionado com sua clareza e conhecimento, e iniciei ali mesmo uma relação profissional que se estendeu à amizade e, sobretudo, levou-me a uma busca iniciática, que até hoje vem se desdobrando. Em 1998, fui levado por ele ao Tiraque, cidade próxima de Cochabamba. À noite, afastamo-nos do modesto povoado em direção à região campesina. Instalamo-nos em casa de adobe, longe de tudo aquilo que se possa chamar civilização. Bem longínquo, ouvíamos o som de uma zampoña. Pela primeira vez pude então compreender o que vem a ser uma manifestação do espírito-guardião, que muitas vezes apresenta-se sob as vestes de um animal de poder.

Na última passagem de Carlos Prado pelo Brasil, ele me recomendou a seu conterrâneo, o xamã Inti Roman, com quem tenho dado seguimento a meu processo de descobertas pessoais e aprendizado de sua cultura. Dele aprendi, por exemplo, alguma coisa a respeito dos três principais animais totêmicos por excelência do universo andino: o puma, o côndor, e a lhama.

A lhama é o tronco genético da família dos camelídeos, sendo a alpaca, o guanaco e a vicunha os demais componentes de seu grupo. Importantíssimo para a economia andina, deste animal tudo é aproveitado, desde o esterco e a gordura, até a lã. Os camelídeos habitam as altas montanhas e representam a própria Pachamama, ou mãe Terra, posto que são animais serenos, resistentes ao frio, fortes e estáveis. Da vicunha pode-se extrair a lã mais fina, com a qual, antigamente, apenas os nobres Incas podiam vestir-se. Seu surgimento em sonhos e visões traz a idéia de trabalhos e fardos a serem cumpridos, sugere-nos resistir às dificuldades e nos anuncia bom agouro aos novos empreendimentos.

Já o condor, em todas as mitologias da Cordilheira dos Andes, seja em Tiahuanaco, em Chavin de Huantar, nas cerâmicas de Nazca ou pedras de Ica, é uma ave cósmica, portadora de energia solar e simboliza o espírito das montanhas. Relaciona-se ao Uirapuru das florestas amazônicas e é correlato da águia na alquimia. O condor, maior ave de rapina do planeta, simboliza a consciência arguta e desabrochada, de asas abertas, capaz de enxergar com clareza o presente e o futuro. É também ícone de liberdade, de renascimento e sinal de intuição sincronizada à inteligência.

O puma, animal caçador de hábitos noturnos, por sua vez, é contraparte do condor. Simboliza a essência feminina e comumente é visto representado com um meio-disco preso ao pescoço, sugestivo do elemento lunar. Podemos dizer, condor e puma compõem o “tao” andino, já que respectivamente são exemplos das energias opostas primordiais, de onde tudo se deriva: K’onhi (yang, ou o quente) e Tchiri (yin, ou o frio).

Claro, muitos outros animais existem dentro ou fora do mundo andino, e todos eles se prestam para nos impressionar o psiquismo ou assumir a função de espíritos-guardiões. Mais adiante daremos um quadro sumaríssimo de alguns desses animais que freqüentemente nos visitam em nossos sonhos. Cada animal traz os talentos que lhe são inerentes. Sempre que os vislumbramos, quer em sonhos, quer em visões ou exercícios de imaginação ativa, conforme nos ensinou Jung, não deveríamos desperdiçar a chance de explorar em nosso mundo interior os aspectos para os quais eles chamam nossa atenção. Muitas vezes o surgimento de certos animais propõe que focalizemos a consciência sobre determinado modo de agir, em razão do que, a partir dessa nova percepção, somos inspirados e melhoramos nossa conduta.

A maneira mais eficiente de identificarmos nosso animal de poder (aquele que prevalece em nossa mitologia pessoal e nos acompanha pela vida, e que reaparece sempre que estamos precisando rever ou descobrir certos passos do caminho), sem dúvida alguma, é mediante a ingestão de bebidas sagradas, ampliadoras da consciência, potencializadoras do psiquismo. Na falta dessa oportunidade, Inti Roman nos ensina um exercício doméstico proveitoso, para ser feito com seriedade após um dia tranqüilo, durante o qual podemos nos preparar mediante jejum (aconselhável, mas não necessário) e bons pensamentos:


1. Prepare previamente um ambiente reservado (pode ser o quarto de dormir) com incenso, iluminação de velas e música suave.
2. Ao iniciar sua harmonização, tome um copo d’água e respire fundo por algumas vezes até perceber-se bem calmo e relaxado.
3. Relaxe o corpo, focalizando sua atenção parte a parte, de baixo para cima; isto é, relaxe primeiro os pés e aos poucos vá relaxando todo o corpo até chegar à cabeça.
4. Coloque música motivacional. Dê preferência à música xamanica ou indígena, com instrumentos de sopro e tambores se possível. Qualquer música harmônica e inspiradora, na verdade, serve.
5. Feche os olhos e deixe-se levar pelo som e perfume do ambiente. Imagine-se em algum lugar em meio à natureza; poderá ir às montanhas, à praia, à floresta, enfim, a qualquer lugar…
6. Mantenha-se receptivo e esteja atento às imagens que surjam nessa experiência e nos sonhos das próximas noites, até que determinado animal prevaleça e se torne presente de modo significativo para você.
7. Explore, com todo o respeito, todas as possibilidades de diálogo e aprendizado que poderá ter consigo mesmo a partir da percepção de seu animal de poder.
8. Agradeça à natureza e aos animais por terem você como amigo.
9. Agradeça às possíveis graças recebidas ou idéias intuídas.

Obs: Não se preocupe nem fique ansioso para encontrar seu animal de poder. Se proceder corretamente, em momento oportuno ELE encontrará você!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Aldeia Nativa - Xamanismo em Minas Gerais



CAMINHAR EM BELEZA - A ESSÊNCIA DA PRATICA XAMÂNICA


Depois de uma caminhada vivencial com práticas de xamanismo, na Serra do Cipó, um participante compartilhou comigo sua experiência - disse que não tinha idéia do quanto aquela simples atividade o tocaria e o faria refletir sobre suas posturas na vida. Depois me perguntou – Porque as pessoas não praticam o Xamanismo, já que essas práticas nos fazem tanto bem?

O que experimentou o participante na caminhada é comum a outras pessoas, que também vivenciam mudanças internas importantes com a prática do Xamanismo.

O tema se tornou popular nas últimas décadas, objeto de interesse, curiosidade e ao mesmo tempo estranhamento.

O xamanismo existe há milhares de anos. Há registros na Sibéria, América do Sul, América do Norte, China, Índia, Tibete, África e Austrália, em épocas remotas. No entanto, suas práticas foram negligenciadas pelo modelo mecanicista de ciência presente em nossa cultura até o século XX que concebeu o homem como criatura confinada à função corporal e cerebral.

Mas o que há de tão especial em suas práticas?
A resposta a esta pergunta está na possibilidade de desenvolvimento integral que o Xamanismo encerra. O Xamanismo percebe o ser humano em sua totalidade, englobando os aspectos físicos, energéticos, emocionais, mentais e espirituais, integrado à natureza, que é sentida e respeitada como sendo uma única família, a família do Grande Espírito.

Esta visão sistêmica coincide com o paradigma moderno da ciência contemporânea que considera nossa natureza como multidimensional e nos coloca como redes de complexos campos de energia em contato com o sistema físico e celular.

O Xamanismo é uma prática altamente integrada e holística com modelos e ferramentas de crescimento pessoal e grupal com métodos de cura de altíssimo nível de eficácia, o que explica o crescente interesse de pessoas, profissionais e até mesmo organizações que se voltam para elas na busca de equilíbrio, bem estar, desenvolvimento espiritual. Até os mais modernos treinamentos empresarias tem sofrido a influência destas práticas, é o caso dos treinamentos o ar livre, com praticas vivenciais que usam modelos de crescimento pessoal e grupal muito parecidos com algumas propostas xamanísticas de contato com a natureza.

Em 1985, foi criado nos EUA um grupo intercultural de pesquisas entre cientistas americanos e pajés hopi para tentar compreender como a ciência hopi conseguia curar cânceres quando a tecnologia americana tinha fracassado. (Patrick Drouot).

As práticas xamânicas proporcionam um contato real com um rico e profundo universo subjetivo, com a possibilidade de aumentar nossa energia disponível e poder pessoal trazendo força, vitalidade, equilíbrio, bem-estar, saúde e paz para vivermos melhor nossa aventura pessoal.

Basicamente o que se busca alcançar com a prática do Xamanismo é uma mudança de consciência que abre novas portas de expressão, expansão, cura e bem estar.

Cada cultura nativa desenvolveu, no entanto, seus próprios métodos para ampliação da consciência. Na visão xamânica da Tradição Nativa Americana, conhecida como Caminho Vermelho, tudo aquilo que cura o corpo, a mente e o espírito é considerado Medicina. Cura significa tudo que ajuda o indivíduo a se sentir mais integrado e harmonizado consigo mesmo, com a natureza e com todas as formas de vida. Para encontrar a cura de um desafio ou problema pessoal, os Ancestrais poderiam usar as Jornadas Xamânicas, espécie de meditação conduzida ao som de tambores, Resgate de Alma, que utiliza os dons intuitivos do Xamã para dissolução de bloqueios energéticos, Temaskal, uma espécie de sauna de purificação conduzida de forma ritualística, Contação de Histórias de sabedoria, danças, rituais, ou ainda caminhadas pelas florestas e montanhas em busca de indicações ou sinais da natureza que pudessem auxiliá-los na cura.

No Xamanismo Mexicano, ou Tolteca, que ficou conhecido pelas obras de Carlos Castanheda, os estados ampliados de consciência são atingidos pelos Passes Mágicos, uma série de movimentos corporais que ampliam a energia de quem pratica; pela recapitulação, uma espécie de meditação e pela espreita na qual os praticantes observam seus comportamentos na tentativa de modificar seu estado de energia.

O Xamanismo brasileiro rico em conhecimentos ligados à flora amazônica influenciou seitas como o Daime, a UDV, etc. Apesar de muitas pessoas ligarem Xamanismo ao uso do Ayuasca, na verdade esta prática está presente apenas no Xamanismo Brasileiro, oriundo dos povos das florestas.

Cada povo nativo, com seus diferentes métodos busca restabelecer os laços com nossos Guias ou Auxiliares de Cura.

Qualquer pessoa pode também se beneficiar desta antiga sabedoria. O Xamanismo atual, ou Neo xamanismo pode ser definido como a capacidade natural humana de abrir-se a outro tipo de consciência, de entrar em contato com outras realidades, outros reinos de consciência como, por exemplo, a consciência das plantas, dos animais, das forças da natureza, dos guias e ancestrais, do Grande Mistério. Um Xamã percebe a grande teia da vida e interage com ela. Procura modificar sua energia, ampliando-a, sem medo de descer ao seu inferno pessoal para transmutá-lo e integrá-lo. É por esta razão que o Xamanismo é uma prática de profundo auto-conhecimento e integração.

Este é convite a quem quiser aventurar-se neste conhecimento milenar. Mesmo em nosso mundo agitado de hoje é possível encontrar esse Caminho de Cura, se o buscador se dispuser a ler e a entender os sinais da natureza, entendendo que nós também somos natureza. Este é o papel do xamanismo hoje. Ajudar as pessoas a se reconectarem com aquilo que elas têm em si mesmo que as auxilia no processo de equilíbrio e transformação da consciência.

Foi por esta razão que meu amigo conseguiu perceber, na caminhada, algo que há muito vinha lhe incomodando. Ele se abriu para outro tipo de consciência e como dizem os ancestrais do Caminho Vermelho, do Xamanismo Norte Americano, ele conseguiu naquele instante, “Caminhar em Beleza” e seu problema foi então, visto sob outra perspectiva.

Denise Mascarenhas
Guardiã da Aldeia Nativa
Estudiosa das Culturas Ancestrais do Caminho Vermelho
www.aldeianativa.com.br – 8733 9301


domingo, 23 de setembro de 2012

Os Escoceses



Os escoceses (em gaélico escocês: Albannaich; em inglês: Scottish people ou Scots) são os membros de um grupo étnico indígena da Escócia. Historicamente surgiram de uma mistura de povos celtas como os pictos, os gaéis e os britãos.
Atualmente o termo se refere a qualquer indivíduo nascido na Escócia, ou que tenha ligações genéticas ou origens familiares naquele país. O termo latino Scotti originalmente se referia a uma tribo gaélica específica, do século V, que habitava a Irlanda.
Embora seja tradicionalmente considerada uma forma arcaica ou pejorativa, o termo Scotch também é utilizado para se referir ao povo escocês, embora principalmente fora do próprio país.
Diversas pessoas de descendência escocesa vivem em outros países; a emigração, influenciada por fatores como as Highland e Lowland Clearances, a participação escocesa no Império Britânico e, posteriormente, o declínio industrial e o desemprego, fizeram com que os escoceses se espalhassem pelo mundo.
Grandes comunidades escocesas habitam terras do Novo Mundo, como as Américas do Norte e Sul, Austrália, Nova Zelândia. A maior população de descendentes de escoceses no mundo se encontra nos Estados Unidos, seguido pelo Canadá; estes imigrantes levaram consigo a língua escocesa e a cultura de seu país.
O próprio território da Escócia presenciou diversas migrações e a chegada de diferentes povos nos diferentes períodos de sua história. Os gaélicos de Dál Riada, os pictos e os britões tinham seus respectivos mitos de origem, assim como a maior parte dos povos europeus da Idade das Trevas.
Povos germânicos como os anglos e os saxões começaram a chegar no país no início do século VII, enquanto os nórdicos colonizaram diversas regiões da Escócia a partir do século VIII.
Na Alta Idade Média, a partir do reinado de Davi I da Escócia, inciou-se alguma migração vinda da França, Inglaterra e dos Países Baixos; diversos sobrenomes tradicionais escoceses, incluindo Bruce, Balliol, Murray e Stewart, chegaram no país neste período.


Por que os escoceses usam "saia"?

Por Fred Linardi

Para começar, não é exatamente uma saia - ai de você se chamar o kilt de saia na frente de um escocês! No final do século 14, ele já era usado pelo povo gaélico, que vivia na Irlanda.
Com a migração dos gaélicos para a região úmida e chuvosa das Highlands, no norte e no oeste da Escócia, o aparato foi adotado pelos escoceses da região. Os kilts serviam para a proteção contra a umidade e o frio típicos de lá. O tecido era feito de lã escovada, que impermeabilizava a água. Naquela época, a peça única era presa ao corpo, como um tipo de manto. É aí que está a origem do nome "kilt", que, na antiga língua falada na Escócia, significa o ato de "prender uma roupa no corpo".
O tipo de xadrez do kilt (chamado de tartan) mudava de estampa de acordo com o clã daqueles que o usavam. A peça atual, em formato de saia, é criação escocesa e só passou a ser usada a partir do século 18. No século seguinte, foi adotada como símbolo de identidade nacional e hoje é vestida por cidadãos escoceses e de outros países, como Inglaterra, em ocasiões diversas, como festas formais, eventos da moda ou pela platéia de jogos esportivos.

sábado, 15 de setembro de 2012

Grandes Tribos, Grandes Chefes


Os Sioux ou Dakota eram a mais numerosa e poderosa tribo do oeste da América do Norte, separados no entanto por várias subdivisões.
Os Sioux Santee viviam nas florestas de Minnesota e, durante alguns anos, foram recuando no seu território face ao avanço para oeste dos “Cara-Pálidas”. Corvo Pequeno dos Santee Mdewkanton, depois de ser levado a uma viagem pelas cidades do leste, convencera-se de que não poderia haver resistência ao novo poder militar dos Estados Unidos.

Wabasha, outro chefe dos Santee, também aceitara o inevitável mas, tanto ele como Corvo Pequeno estavam determinados, após um 1.º Tratado, a se oporem a qualquer outra redução das suas terras.



Mais a oeste, nas grandes planícies, viviam os Sioux Teton, todos índios cavaleiros e completamente livres. Estavam bastante aborrecidos com os seus primos Santee das florestas por terem capitulado diante dos colonos. Mais numerosos e mais confiantes na sua capacidade de defender o seu território eram os Sioux Tetons Oglalas.

O chefe principal era Nuvem Vermelha, um astuto chefe que obteve grandes vitórias militares e políticas na sua luta contra o crescente avanço dos “Cara-Pálidas”.

Ainda muito jovem para ser guerreiro e chefe nessa altura, era Cavalo Doido, Crazy Horse, um inteligente e destemido adolescente Oglala. Quando herdou a chefia da sua tribo, tornou-se uma lenda. Foi o único chefe tribal que nunca perdeu uma batalha militar contra os “Casacos-Azuis”. Morreu assassinado aos 38 anos numa armadilha previamente montada pelos “Cara-Pálidas” com a colaboração de um renegado da sua tribo.


 Entre os Hunkpapas, uma divisão menor dos Sioux Teton, um jovem com apenas 25 anos, já conseguira grande reputação de caçador e guerreiro. Em conselhos tribais defendeu sempre a oposição radical a qualquer invasão dos “Cara-Pálidas”.

Era Tatanka Yotanka, Sitting Bull o Touro Sentado. Junto com Cavalo Doido fariam História em 1876 “chegando a roupa ao pêlo” ao poderoso exército norte-americano em Little Bighorn, infligindo-lhe uma das maiores derrotas militares da sua História.






Cauda Pintada era o principal chefe dos Sioux Tetons Brulé que viviam nas planícies do extremo oeste. Cauda Pintada era um vigoroso e bem disposto índio que gostava de festas alegres e índias bonitas… Adorava o seu modo de vida e das terras em que vivia mas estava disposto a negociar para evitar a guerra. Os Tratados de Paz negociados nunca foram cumpridos pelos “Cara-Pálidas”





terça-feira, 21 de agosto de 2012

O que nos contam os indios norte-americanos




Alguns mistérios da humanidade só podem ser revelados pelos índios

A origem de vários grupos nativos dos EUA é considerada pelos próprios como extraterrestre, pois suas culturas são fortemente influenciadas por ensinamentos transmitidos pelas “Nações das Estrelas”.
Os peles-vermelhas - como são chamados os índios norte-americanos – têm plena consciência de que os desastrosos acontecimentos em várias partes do mundo atual já haviam sido anunciados aos nativos através de antigas profecias de suas tribos. A mais importante delas é a que se refere à clara manifestação sobre a Terra das civilizações extraterrestres.

Standing Elk [Alce em Pé], líder místico da tribo Lakota, vê com apreensão o risco de colapso nos métodos financeiros mundiais, especialmente dentro dos Estados Unidos e das instituições religiosas. Floyd Hand, conselheiro espiritual da nação Oglala, fala das inundações, incêndios e terremotos, além da intensa seca e o aumento de mortes devido a má distribuição e a falta de alimentos.
Tudo isso já estaria previsto nas profecias indígenas, os fenômenos El Niño, La Niña e a morte de milhares de africanos todos os dias, seriam confirmações indiretas de tais previsões. Wambdi Wicasa [Homem Cervo], líder espiritual dos Dakota, vai mais longe e enfatiza que toda a Humanidade deveria ter recebido a mesma cultura dos povos indígenas, mas como isso não aconteceu, os homens das estrelas estarão coagidos, se necessário, a intervir para restabelecer o equilíbrio físico e espiritual do planeta.
Ele nos alerta para a entrada da Terra na Quinta Era, mas antes da dimensão espiritual, deveremos viver novas e diversas épocas. Holy Bull [Touro Sagrado], outro mediador dos Lakota, relembra as palavras pronunciadas em 1854 pelo líder Seattle, da tribo Suwamish, onde dizia que “a Terra era preciosa para Deus e maltratá-la seria desprezar seu criador, quem contaminava seu leito seria sufocado pelo próprio lixo, a Terra não pertencia ao homem, mas o homem à Terra e qualquer coisa errada que se faça, faz-se a si mesmo...”

No entanto, a humanidade, aprisionada em sua própria arrogância e ignorância, nem ao menos ouve estas palavras. Standing Elk explicou que o povo das estrelas está aqui para encorajar o crescimento espiritual do ser humano e que deverá acontecer uma aproximação de raças em direção à Terra, num período de grandes provas, mas seguido de mil anos de paz. Existem, todavia, entidades e forças que não desejam a revelação da verdade, mas os peles-vermelhas sabem que as previsões já estão acontecendo. Elk costuma declamar o que chama de a derradeira mensagem: “Depois que a última árvore tenha sido derrubada, depois que o último rio tenha sido envenenado, depois que o último peixe tenha sido capturado. Então, descobrirás que o dinheiro não pode ser comido.”
Censura e punições

O líder Lakota revelou que os chefes místicos de cada tribo (os remediadores) têm a capacidade de comunicar-se com entidades espirituais da Mãe Terra e com seres provenientes das estrelas. Este poder de transmissão constituiria uma séria ameaça para as instituições religiosas, econômicas e governamentais do planeta, pois civilizações do Universo estariam entrando em contato com os peles-vermelhas através de métodos espirituais, o que é abominado pelo governo norte-americano. Este é o motivo principal que induziu os donos do poder a considerar ilegal o credo das tribos Lakota e Dakota, banindo suas tradições culturais seculares. Os líderes espirituais eram punidos com severidade, chegando a ser condenados a mais de 30 anos de detenção caso fossem vistos ou se realizassem atos de prece às Nações das Estrelas durante as cerimônias tradicionais celebradas em sua língua original. Para cristianizar os “pagãos”, os EUA cortavam as rações de comida necessárias à sobrevivência dos nativos, impondo-lhes o modo cristão de viver. Com isso, impediam que sua cultura tradicional - que os leva a crer serem descendentes de extraterrestres - se alastrasse. As pessoas que se esforçavam para preservar seus ritos místicos e sua cultura eram privadas do fornecimento de comida por vários meses. Standing Elk declarou ainda que quem executava tudo isso eram, geralmente, chefes religiosos e não necessariamente autoridades do governo. A pesada censura valeu até o ex-presidente Jimmy Carter promulgar, em agosto de 1978, a Lei Ato para Liberdade de Religião, que dava aos nativos certa liberdade de terem suas próprias formas de religiosidade. Por estes motivos e pela tentativa do homem branco em explorar o conhecimento dos homens das estrelas apenas por interesses econômicos, os chefes espirituais indígenas decidiram manter a mais total discrição em relação aos seus conhecimentos cósmicos, informando aos seus descendentes somente o que fosse necessário para construção de sua alma.


Os Contatos

Elk citou variadas vezes, desde criança, que foi testemunha de observações de UFOs. Num desses casos, viu quatro esferas luminosas de cor verde sobrevoarem a área próxima ao Rio Missouri e, de dentro delas, saírem seres alienígenas. Em outra ocasião, teve oportunidade de ver bem de perto uma destas entidades. O extraterrestre vestia-se de branco, com cerca de 2,10m de altura e parecia um homem de origem caucasiana.

Contou também vários depoimentos por ele obtidos de outros líderes e, segundo suas pesquisas, existem no Universo inúmeras raças: As lendas dos Sioux falam de civilizações provenientes das Plêiades e dos sistemas estelares de Sírius e Órion. Um remediador dos Sioux relatou a Standing Elk um encontro que teve com um ser pertencente à raça por nós definida como Grays [Cinzas], durante um ritual de purificação e iniciação no interior de uma tenda. Outro detalhe diz respeito aos símbolos encontrados nos destroços da nave acidentada em Roswell. Segundo o líder Lakota, vários nativos estiveram próximos do local da queda e sensibilizaram-se com os mortos. Cada um daqueles criptogramas teria dois significados, um às lendas universais e outro às espirituais.

Floyd Hand, da nação Oglala, falou dos seres denominados de Avatares, que seriam figuras semelhantes aos mestres Jesus, Buda e Maomé. Seriam entidades de proveniência extraterrestre que assumiriam várias formas. A lenda da Mulher Bisão Branco é um exemplo. Ela sempre se manifestou aos peles-vermelhas em diversos momentos históricos, dando-lhes ciência de fatos que aconteceriam no futuro.

A história fala de um ser que apareceu em épocas antigas e que instruiu o povo através de conhecimentos universais e sua presença entre os índios veio a influenciar seus modelos de vida social. Explicou ainda que os indígenas da Terra provêm de sete diferentes raças extraterrestres.Muitos líderes espirituais nativos enfatizam a importância em se acreditar em UFOs. Harry Charger, ancião Lakota, disse que os irmãos estelares visitam a tribo há tempos e que ele se habituou desde pequeno com a idéia do homem não ser o único habitante do Universo. Charger contou ainda uma lenda sobre uma jovem e linda mulher, que apareceu a dois exploradores nativos e transmitiu seus valiosos ensinamentos espirituais. Um dos homens, no entanto, tentou seduzir a misteriosa fêmea e acabou morrendo. O outro, ao contrário, prestou respeitosa atenção e divulgou ao seu povo o conhecimento recebido. Steve Red Buffalo, da mesma tribo, explicou que seus antepassados provêm da constelação das Plêiades. Falou também do Chanupa, o cachimbo sagrado que simboliza a união da Terra e o céu.


O índio é um sábio no que diz respeito a UFO

Na cultura dos indígenas norte-americanos, cada raça do planeta representa um dos quatro elementos da natureza. A branca simboliza o fogo e a negra a água, os povos amarelos representam o ar e os vermelhos a terra. Wambdi Wicasa acredita que as quatro raças primordiais terrestres esqueceram-se de quais eram seus papéis e quais elementos representavam, cometendo graves erros e gerando a situação de degradação ambiental em que estamos vivendo. Preston Scott, da tribo dos Choctaw, narrou um encontro que teve com três seres quando escalava uma montanha próxima à aldeia. As criaturas lhe instruíram a ir para a terra dos Lakota, onde receberia lições espirituais para transmitir ao seu povo. Disse que, graças a esses ensinamentos, os Choctaw superaram o momento de crise pelo qual estavam atravessando e reencontraram o seu caminho. Também defendeu que os nativos do planeta sejam descendentes de povos extraterrestres. Scott contou ainda outra história, de um jovem índio que recebeu energia de um raio de luz, fazendo a indicação de que se tratava de uma nave. Para o povo Heyoka, antigo aliado dos Choctaw, tal acontecimento é visto como um tipo de batismo espiritual - nós, homens brancos, chamamos de abdução. Mais uma vez, percebemos a importância e a necessidade de uma revisão detalhada na história desses antigos povos - pessoas simples, que viveram sempre em comunhão com a “Mãe Terra”, nunca fizeram mal a ninguém e conheciam segredos cósmicos que nós, caras-pálidas, apenas agora começamos, timidamente, a notar.